Para que se difunda nas famílias, comunidades e grupos a prática de rezar o santo Rosário pela evangelização e pela paz.
1. A primeira: a família reza. A passagem do Evangelho destaca dois modos de rezar: um falso – o do fariseu – e outro autêntico – o do publicano. O fariseu encarna uma postura que não expressa tanto agradecimento a Deus pelos seus benefícios e pela sua misericórdia, como, sobretudo, autossatisfação. O fariseu se sente justo, se sente com a consciência tranquila, se vangloria disto e julga os demais do alto do seu pedestal. O publicano, ao contrário, não multiplica as palavras. A sua oração é humilde, sóbria, permeada pela consciência da própria indignidade, das próprias misérias: este homem verdadeiramente se reconhece necessitado do perdão de Deus, da misericórdia de Deus.
A oração do publicano é a oração do pobre, é a oração agradável a Deus que, como fala a primeira leitura, subirá até as nuvens(cf. Eclo 35, 20), enquanto a oração do fariseu está sobrecarregada pelo peso da vaidade.
À luz desta Palavra, queria vos perguntar, queridas famílias: Rezais algumas vezes em família? Alguns, eu sei que sim. Mas, muitos me perguntam: Mas, como se faz? Faz-se como o publicano, está claro: com humildade, diante de Deus. Cada um com humildade se deixa olhar pelo Senhor e pede a sua bondade, que venha até nós. Mas, na família, como se faz? Porque parece que a oração seja uma coisa pessoal; além disso, nunca se encontra um momento oportuno, tranquilo, em família… Sim, isso é verdade, mas é também questão de humildade, de reconhecer que precisamos de Deus, como o publicano! E todas as famílias, todos nós precisamos de Deus: todos, todos! Há necessidade da sua ajuda, da sua força, da sua bênção, da sua misericórdia, do seu perdão. E é preciso simplicidade: para rezar em família, é necessária simplicidade! Rezar juntos o “Pai Nosso”, ao redor da mesa, não é algo extraordinário: é fácil. E rezar juntos o Terço, em família, é muito belo; dá tanta força! E também rezar um pelo outro: o marido pela esposa; a esposa pelo marido; os dois pelos filhos; os filhos pelos pais, pelos avós… Rezar um pelo outro. Isto é rezar em família, e isto fortalece a família: a oração. […]
SANTA MISSA PARA A JORNADA DA FAMÍLIA
POR OCASIÃO DO ANO DA FÉ
HOMILIA
PAPA FRANCISCO
27 de Outubro de 2013
© Copyright 2013 ‐ Libreria Editrice Vaticana
COMENTÁRIO
A recitação do Santo Rosário
[…] O Senhor fala-nos no íntimo da nossa consciência, fala-nos através da Sagrada Escritura, fala-nos na oração. Aprendei a permanecer em silêncio diante dele, a ler e a meditar a Bíblia, de forma especial os Evangelhos, e a dialogar com Ele todos os dias, para sentir a sua presença de amizade e de amor. E aqui, gostaria de ressaltar a beleza de uma oração contemplativa simples, acessível a todos, adultos e crianças, cultos e pouco instruídos; é a recitação do Santo Rosário. No Rosário nós dirigimo-nos à Virgem Maria para que nos guie rumo a uma união cada vez mais íntima com o seu Filho Jesus, para nos conformarmos com Ele, para termos os seus sentimentos e para agirmos como Ele. Com efeito, repetindo a «Ave-Maria», no Rosário nós meditamos os Mistérios, os acontecimentos da vida de Cristo, para o conhecer e amar cada vez mais. O Rosário é um instrumento eficaz para nos abrirmos a Deus, porque nos ajuda a vencer o egoísmo e a levar a paz aos corações, às famílias, à sociedade e ao mundo inteiro.
Caros jovens, o amor de Cristo e a sua amizade não são uma ilusão — na Cruz, Jesus demonstra como eles são concretos — nem estão reservados a poucas pessoas. Vós encontrareis esta amizade e experimentareis toda a sua fecundidade e beleza, se a procurardes com sinceridade, se vos abrirdes com confiança a Ele e se cultivardes com determinação a vossa vida espiritual, aproximando-vos dos Sacramentos, meditando a Sagrada Escritura, rezando com constância e vivendo intensamente na comunidade cristã. Deveis sentir-vos parte viva da Igreja, comprometidos na evangelização, em união com os irmãos na fé e em comunhão com os vossos Pastores. Não tenhais medo de viver a fé! Sede testemunhas de Cristo nos vossos ambientes quotidianos, com simplicidade e coragem. Àqueles que encontrardes, aos vossos coetâneos, sabei mostrar sobretudo o Rosto de misericórdia e de amor a Deus, que sempre perdoa, encoraja e dá esperança. Permanecei sempre atentos ao próximo, especialmente às pessoas mais pobres e mais frágeis, vivendo e testemunhando o amor fraterno, contra todo o egoísmo e fechamento. […]
MENSAGEM AOS JOVENS REUNIDOS POR OCASIÃO
DA «SEXTA JORNADA DOS JOVENS» DA LITUÂNIA
EM KAUNAS
PADRE FRANCISCO
21 de Junho de 2013
© Copyright 2013 ‐ Libreria Editrice Vaticana