Para que aqueles que têm poder material, político ou espiritual não se deixem dominar pela corrupção.
Na missa celebrada na sexta-feira, 8 de Novembro, o Papa Francisco — ao propor uma reflexão sobre a figura do administrador desonesto descrita no trecho litúrgico do Evangelho de Lucas (16, 1-8) frisou que os administradores corruptos «devotos da deusa ilegalidade» cometem um pecado grave contra a dignidade» e dão de comer aos próprios filhos «pão sujo»: a esta «astúcia mundana» deve-se responder com a «astúcia cristã» que é «um dom do Espírito Santo».
«O Senhor — disse o Papa — volta a falar-nos do espírito do mundo, da mundanidade; como age esta mundanidade e quanto é perigosa. E Jesus, precisamente ele, na oração depois da ceia da quinta-feira santa, rezava ao Pai para que os seus discípulos não caíssem na mundanidade», no espírito do mundo.
O administrador descrito na página evangélica é «um exemplo de mundanidade. Algum de vós — fez notar o Pontífice — poderá dizer: mas este homem fez o que todos fazem». Na realidade, «nem todos!»; este é o modo de agir de «alguns administradores do governo. Talvez não sejam muitos». Em suma, «é um pouco daquela atitude do caminho mais breve, mais cómodo para ganhar a vida». O Evangelho narra que o homem rico «elogiou aquele administrador desonesto». E este — comentou o Papa — «é um louvor à ilegalidade. O costume da ilegalidade é mundano e muito pecador». Certamente, é um hábito que nada tem a ver com Deus.
Com efeito, prosseguiu, «Deus deu-nos este mandamento: levar o pão para casa com o nosso trabalho honesto». Ao contrário, «este administrador dava aos seus filhos pão sujo. E os seus filhos, talvez educados em colégios caros, talvez crescidos em ambientes cultos, tinham recebido do seu pai sujidade como alimento. Porque o seu pai levando para casa pão sujo tinha perdido a dignidade. E este é um pecado grave». Talvez, especificou o Papa, «se comece com um pequeno suborno, mas é como a droga». E mesmo se o primeiro suborno é «pequeno, depois vem outro e outro ainda; e acaba-se na doença da dependência da ilegalidade».
Mas há outro caminho, o da «astúcia cristã» — «entre aspas», disse o Papa — que permite «fazer as coisas com um pouco de rapidez mas não com o espírito do mundo. O próprio Cristo o disse: astutos como as serpentes, puros como as pombas». Combinar «estas duas» realidades é «uma graça» e «um dom do Espírito Santo». Por isso, devemos pedir ao Senhor que sejamos capazes de praticar a «honestidade na vida, aquela honestidade que nos faz trabalhar com rectidão, sem entrar nesse círculo».
MEDITAÇÕES MATUTINAS
Francisco
8 de de Novembro de 2013
Consulte a mensagem completa:
© Copyright 2013 – Libreria Editrice Vaticana
Outros textos: